José Antônio Reguffe (PDT-DF) foi o deputado proporcionalmente mais votado do país nas eleições
"Eu quero falar
sobre as minhas propostas. As propostas." Deputado proporcionalmente mais
votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) quer evitar
rótulos depois de já ter se tornado um incômodo para vários colegas. Novato na
Câmara, abriu mão de uma série de benefícios, de forma irrevogável e sem
precedentes. Defensor da austeridade no Congresso, onde é chamado de demagogo e
de Dom Quixote por (muitos) adversários, ele cobra mais ousadia nos cortes de
gastos públicos do governo da presidente Dilma Rousseff.
Com
mais de 266 mil votos, ou 19% dos eleitores no Distrito Federal, o economista
carioca ganhou destaque na Câmara Distrital durante o escândalo que levou à
queda do então governador, José Roberto Arruda. Lá, tomou medidas semelhantes
às que adotou no Congresso Nacional no início de seu primeiro mandato. Abriu
mão dos 14º e 15º salários, rejeitou a cota de passagens aéreas, fixou em nove
o número de assessores de gabinete –poderiam ser 25–, e descartou receber
qualquer verba indenizatória até o fim do mandato.
De
acordo com cálculos do pedetista, ao final do seu mandato ele terá economizado
aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões com suas medidas. Se todos os 513
deputados tomassem as mesmas iniciativas, a economia seria de mais de R$ 1,2
bilhão –embora esteja nesse valor o auxílio-moradia, fundamental para
parlamentares de fora de Brasília. "Podem me criticar por qualquer coisa,
menos dizer que eu não fiz no meu mandato exatamente o que disse que ia fazer
na minha campanha”, afirma Reguffe. "Isso que fiz é compromisso de
campanha."
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